A segunda noite de apresentações dos bois bumbás de Manaus aconteceu no Sambódromo de Manaus, zona centro-sul, encerrando o 66º Festival Folclórico do Amazonas (FFAM) Categoria Ouro. Os bois Tira Prosa, Corre Campo e o Garanhão, abordaram temas que enalteceram a identidade cultural do Amazonas, clamaram pela preservação da Floresta Amazônica e apostaram em grandes alegorias, comprovando a força dos bumbás da capital.
O 66º Festival Folclórico do Amazonas Categoria Ouro é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O público prestigiou o evento, que teve entrada gratuita e transmissão ao vivo pela TV Encontro das Águas e Youtube da Cultura do Amazonas.
O bumbá Tira Prosa abriu a noite, defendendo o tema “Tira Prosa – Folguedo, o legado de um povo!”. Nascido no bairro de Santa Luzia, o boi representado pelo coração, carrega um legado de 80 anos de tradição. Conforme o diretor da comissão de artes do Tira Prosa, Naferson Cruz, coroar a essência da tradição foi a proposta deste ano. “Estamos trazendo o boi de chão, o boi das lamparinas. Mergulhamos no passado para emergir nos dias de hoje, trazendo paz, perseverança, esperança através da crença, das nossas tradições”, declara o diretor.
Em seguida, o Corre Campo assumiu a arena do Sambódromo. Campeão por seis anos, o boi do bairro da Cachoeirinha saiu em busca do título com o tema, “O meu canto é livre!”. Conhecido como “boi do mapa”, o Corre Campo é o grupo folclórico mais antigo em atividade em Manaus e o terceiro no Amazonas.
Fundado há 82 anos, o bumbá apostou na criatividade, aliada à tecnologia. O presidente da agremiação, Alvacir Siqueira ressalta que “o boi se apresenta e não brinca de festival”. “O Corre Campo vem gigantesco, em busca do heptacampeonato. Com certeza, vamos beliscar mais esse troféu para a comunidade da Cachoeirinha. Ele vem muito folclórico, muito indígena e vem falando de toda diversidade”, adiantou Alvacir.
Encerrando o sábado, o Garanhão do bairro do Educandos, defendeu o tema “Boi Garanhão 2024 – O verde que abraça a esperança”. Fundado em 1991, há três anos uma mulher assumiu a presidência da associação folclórica. Altelia Ribeiro, comanda com maestria o boi também conhecido como o “boi da cidade alta”. “Eu acredito que o nosso foco maior é a garra, determinação e a vontade de vencer”, disse. No enredo deste ano, o Garanhão ressalta a luta pelos povos indígenas e personalidades em defesa da Amazônia. “Nós vamos trazer os mártires, os lendários da nossa batalha, e muita garra e força”, acrescenta Altelia.
Temporada folclórica
A programação do 66º Festival Folclórico do Amazonas Categoria Ouro se estendeu de 12 a 24 de julho, no Centro Cultural Povos da Amazônia e, nesta sexta e sábado (26 e 27/07), no Sambódromo.
De acordo com o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o festival alcançou resultados positivos e números recordes. “Mais uma vez um evento realizado pelo governo Wilson Lima, valorizando a cultura popular, com os grupos que se apresentaram tanto no Centro Cultural Povos da Amazônia, como no Sambódromo de Manaus. Foram 66 grupos e um público recorde de mais de 120 mil pessoas em 13 dias de festa”, declarou.
“Sem sombra de dúvidas, ganha o folclore valorizado, nós temos um trabalho feito nas comunidades valorizado, e temos a expectativa de quem serão os campeões desta edição do Festival Folclórico do Amazonas”, disse o secretário.
Neste sábado, entre o público que se fez presente no Sambódromo, Victor Augusto reuniu os amigos para prestigiar a última noite do festival. Para ele, mais que torcer por um boi bumbá é a valorização da cultura popular. “É bom para ressaltar a cultura do nosso estado, e que tem seis bois da categoria ouro, fora o festival que ocorre na Bola da Suframa (Centro Cultural Povos da Amazônia). É excelente, porque continua validando e exaltando a cultura do nosso estado”, disse Victor, morador do bairro Parque 10.
Apuração
A apuração dos resultados das danças folclóricas e dos bois-bumbás de Manaus acontecerá na próxima segunda e terça-feira (29 e 30/07), às 16h e 14h, respectivamente, no auditório Gabriel Gentil, no Centro Cutural Povos da Amazônia, Distrito Industrial.
Na segunda-feira, disputam pelo título de campeão de 2024, as seguintes modalidades de danças folclóricas: Quadrilha Tradicional, Povos Indígenas, Dança Regional, Nacional e Internacional, Ciranda, Quadrilha Alternativa, Cacetinho, Dança Afro-Brasileira, Quadrilha Cômica, Garrote Tradicional e Regional, Quadrilha Duelo e Dança Nordestina. Na terça, entre os bois bumbás, a corrida pelo troféu será entre Clamor de um Povo, Brilhante, Galante, Tira Prosa, Corre Campo e Garanhão.
FOTOS: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa