Desemprego Brasil Mínima Histórica
Em uma reviravolta positiva, a taxa média de desemprego no Brasil surpreendeu os analistas ao cair para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30). Essa marca representa uma redução em relação aos 7,7% observados no mês anterior, consolidando-se como o nível mais baixo desde fevereiro de 2015, quando a taxa atingiu 7,5%.
A população desocupada também viu uma queda significativa, totalizando 8,3 milhões de pessoas, uma diminuição de 3,6% em relação ao trimestre anterior. Enquanto isso, a população ocupada atingiu um marco notável de 100,2 milhões de pessoas, o maior contingente desde o início da série histórica em 2012. Isso representa um aumento de 0,9% em comparação com o trimestre anterior, adicionando 862 mil pessoas à força de trabalho, e um crescimento de 0,5% em relação ao mesmo período de 2022, com um adicional de 545 mil pessoas.
A coordenadora da PNAD do IBGE, Adriana Beringuy, observou que o nível de ocupação, representando o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, aumentou para 57,2%, registrando uma alta de 0,4 ponto percentual em comparação com o trimestre de maio a julho. Essa tendência de aumento já tinha sido observada no trimestre anterior.
O mercado de trabalho brasileiro também apresentou mudanças notáveis nas modalidades de emprego. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, excluindo os trabalhadores domésticos, atingiu 37,4 milhões, o maior desde janeiro de 2015. Enquanto os trabalhadores por conta própria aumentaram em 1,3%, os empregados sem carteira no setor privado permaneceram estáveis em 13,3 milhões.
Adriana Beringuy ressaltou que tanto os empregados quanto os trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre.
No cenário das atividades econômicas, o setor de Transporte, armazenagem e correio foi o único grupo a apresentar crescimento, com uma expansão de 3,2%, adicionando 172 mil pessoas. Em termos de comparação anual, destacaram-se os setores de Transporte, armazenagem e correio (5,4%), Alojamento e alimentação (7%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,2%) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%). A exceção foi o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que registrou uma redução de 4%.
Em termos de renda, o rendimento médio real alcançou R$2.999, representando um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e 3,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse aumento foi atribuído à expansão contínua entre os ocupados com carteira assinada, uma posição normalmente associada a rendimentos mais elevados.
A massa de rendimento atingiu seu patamar mais alto na série histórica da pesquisa, estimada em R$295,7 bilhões, um aumento de 2,6% em relação aos três meses anteriores e 4,7% em comparação com o mesmo trimestre de 2022.
Desemprego Brasil Mínima Histórica
A PNAD Contínua também revelou melhorias em indicadores relacionados à subutilização e desalentados. A taxa composta de subutilização atingiu 17,6%, a menor desde dezembro de 2015. A população subutilizada diminuiu 14% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas teve uma queda de 14% no ano. A população desalentada também registrou uma queda significativa, alcançando seu menor contingente desde setembro de 2016.
Em resumo, os dados recentes indicam uma melhoria substancial no mercado de trabalho brasileiro, refletindo não apenas em uma redução na taxa de desemprego, mas também em ganhos quantitativos e qualitativos na ocupação e renda.