A Suframa visitou a fábrica da Zilia Technologies da Amazônia, situada na avenida dos Oitis, no bairro do Distrito Industrial 2, zona Sul de Manaus. A visita ocorreu como retribuição à reunião realizada na quarta-feira passada (24) na sede da Autarquia, quando os diretores da Zilia Technologies anunciaram novos investimentos na Zona Franca de Manaus (ZFM).
A Unidade Manaus da Zilia ocupa uma área de 4,6 mil metros quadrados e tem capacidade de produção anual de sete milhões de módulos montados, operando em três turnos. No local, são fabricados módulos de memória para computadores pessoais e servidores, Solid State Drives (SSD) e módulos de conectividade para a Internet das Coisas (IoT), além de serem realizados testes de circuitos integrados DRAM e mobile, estes últimos destinados principalmente a smartphones de tecnologia 5G.
A fábrica está localizada numa espécie de “condomínio” formado por quatro grandes galpões onde estão sediadas outras três empresas renomadas do Polo industrial de Manaus (PIM).
A comitiva da Suframa foi recebida pelo vice-presidente de Operações de Módulos, Flávio Yoshida, e pelo gerente operacional, Marcos Montenegro. A equipe da Autarquia foi composta pelo superintendente Bosco Saraiva e pelos superintendentes-adjuntos Frederico Aguiar (Executivo), Waldenir Vieira (Desenvolvimento e Inovação Tecnológica), Leopoldo Montenegro (Projetos) e Carlito Sobrinho (Administração). Também participaram da visita o chefe de Gabinete, Rafael Amorim, a procuradora-chefe da Procuradoria Federal junto à Suframa, Diana Azin, a coordenadora-geral de Comunicação e Assuntos Institucionais, Layanne Raquel, o coordenador de Comunicação, Isaac Júnior, e o gerente de Projetos da Superintendência-Adjunta Executiva (SAE), Ozenas Maciel.
Anteriormente conhecida como Smart Modular Technologies da Amazônia, a empresa adotou o seu novo nome em dezembro de 2023, após a venda do seu controle acionário pela Smart Global Holdings (SGH) para a Longsys. Atualmente, a Zilia Technologies conta com acionistas nos EUA e na China, com a SGH detendo 19% das ações e a Longsys o restante.
A mudança de nome visa a reafirmar a maior independência da empresa, com o nome Zilia derivando do gentílico em inglês “Brazilian”. Sob essa nova estrutura e como uma unidade de negócios autônoma, a Zilia tem o objetivo de se tornar uma empresa global. “A gente estava buscando um termo que conseguisse reproduzir a nossa característica brasileira, mas que não fosse com o termo ‘BRA’ que é tão batido. Então a gente escolheu tirar o ‘BRA’ e deixar o Zilia, de Brazilian. Então o Zilia vem de Brazilian, e mostra a nossa identidade e a essência brasileira que a empresa tem”, detalhou o executivo Marcos Montenegro.
A empresa, que atua no Brasil há mais de 25 anos, especializou-se no encapsulamento de semicondutores e na produção de dispositivos montados de memória, que são empregados largamente na produção de smartphones, tablets, notebooks, desktops, servidores, smart TVs, dentre outras tantas soluções de alta tecnologia produzidas pelas maiores empresas globais de informática, processamento de dados e de comunicações.
Na recente reunião na Suframa, a Zilia anunciou um investimento de R$ 650 milhões a ser realizado em 2024 e 2025, para diversificar seu portfólio de produtos e ampliar suas linhas de produção nas plantas de Atibaia (São Paulo) e de Manaus. Desse total, R$ 450 milhões estão sendo investidos em infraestrutura produtiva e na aquisição de novas máquinas e equipamentos, contemplando a expansão da área de sala limpa existente na Unidade de Atibaia (já em funcionamento), além de melhorias importantes na área fabril da Unidade de Manaus, de modo a suportar a produção de dispositivos montados que serão destinados a outros mercados. Os outros R$ 175 milhões serão aplicados em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) até o final de 2025.
Os executivos explicaram que o objetivo dos novos investimentos também é atender à crescente demanda local por chips de memória para smartphones, servidores, computadores pessoais, Internet das Coisas (IoT), setor automotivo e outros segmentos. Além disso, a Zilia planeja retomar a exportação de semicondutores, uma área em que o Brasil tem sido tímido desde a abertura do mercado no início dos anos 1990 e do ressurgimento da indústria brasileira de semicondutores em 2006, com a própria Zilia, ainda sob o nome Smart Modular Technologies. A empresa demonstrou potencial na reorganização da cadeia global de semicondutores e investiu para crescer localmente e para exportar.
Exportação
Atualmente, a Zilia atende apenas ao mercado local, mas a meta é começar a exportar semicondutores e outros dispositivos de memória montados “Made in Brazil” e “Made in Amazônia” até o fim deste ano. O foco inicial será a América Latina e os Estados Unidos, mas também há planos para a Europa e Ásia, onde já operam outras empresas do grupo sob as marcas Longsys, Lexar e Foresee. Essas três marcas já têm uma forte presença no mercado americano e são líderes na Ásia, operando a partir de Hong Kong. Com isso, a Zilia vê a oportunidade de fabricar no Brasil e distribuir para diversos países, iniciando pelo mercado sul-americano, que atualmente conta com poucas fábricas de TICs, sigla que identifica os chamados bens de informática e de comunicações.
O superintendente da Suframa Bosco Saraiva destacou o processo produtivo da empresa e elogiou a iniciativa de intensificar a produção em Manaus visando à exportação. “Estamos muito satisfeitos em ver de perto a capacidade inovadora e a infraestrutura de ponta da Zilia Technologies da Amazônia. Esta visita reforça nossa confiança nos novos investimentos anunciados e no potencial da Zona Franca de Manaus como um polo tecnológico estratégico para o Brasil e o mundo”, salientou Saraiva.
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