Em Manaus, projeto desenvolveu protótipo de habitação residencial sustentável e funcional com 36 metros quadrados, a partir do uso de madeira engenheirada. A casa foi construída em um terreno cedido por uma startup, na zona centro-sul da capital. A iniciativa recebe apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
De acordo com o coordenador da pesquisa, o doutor em engenharia de produção Fernando Cardoso, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), madeira engenheirada é a madeira processada industrialmente para otimizar o desempenho na construção civil.
Ele explica que com a construção do protótipo também foi possível introduzir e validar o uso eficiente de cinco novas espécies de madeiras, como alternativas no mercado madeireiro.
Com o estudo foram avaliados a viabilidade técnica, econômica, financeira e mercadológica do uso de madeiras engenheiradas para construção de habitações, com a estimativa dos ganhos de qualidade e redução de gastos.
“As informações levantadas pelo projeto demonstraram que o uso desse tipo de madeira reduziu os custos de construção do protótipo em até 50%”, destacou o pesquisador, ao lembrar de que essa redução foi causada, especialmente, pela diminuição do tempo de fabricação e montagens da construção.
Resultados do protótipo
Segundo o coordenador, testes e ensaios de campo comprovaram que esse tipo de madeira é durável, sem deterioração das propriedades físicas e mecânicas.
Todos esses resultados são consequências diretas do uso da madeira engenheirada, materiais pré-fabricados, com eficiência maior, produção de resíduos menor e que gera aumento da rentabilidade para a obra.
Além disso, a utilização da madeira engenheirada é fundamental para uma obra mais sustentável, pois enquanto em matérias como o concreto ou aço, por exemplo, há emissão de CO2 – componente que contribuem para poluição do ar e causam problemas ambientais, como efeito estufa – a madeira engenheirada emite cerca de dez vezes menos carbono que esses materiais na construção civil.
Equipe
Ao todo, cinco pesquisadores vinculados à Ufam, à Universidade Positivo do Paraná e à Universidade Paulista (Unip) integram o projeto, iniciado em 2021, com a previsão de ser finalizado ainda neste ano.
O projeto recebe apoio da Fapeam, via o edital Nº 010/2021 do Programa CT&I Áreas Prioritárias, que apoia propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento, coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas.