As perspectivas são boas, em 2024, para o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), uma vez que a reforma tributária manteve o diferencial competitivo do nosso parque industrial, afastando o fantasma da extinção do benefício fiscal. É o que diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva. “Com isso, deveremos ter um aumento significativo nos investimentos, na produção, no faturamento e na criação de mais empregos”, acrescentou.
“O Polo Industrial de Manaus (PIM) obterá em 2024, conforme nossas previsões, faturamento em torno de R$ 179,394 bilhões, ou seja, um crescimento estimado de apenas 0,82% em relação a 2022. Mas, o resultado é considerado uma vitória, dadas as circunstâncias. Se calculado em dólar, deverá fechar 2024 com o faturamento previsto de US$ 35,677 bilhões, superior em 2,76% em relação ao ano anterior”, estima Antonio Silva.
Ao avaliar o desempenho econômico de 2023, lembrou que o ano começou com uma inflação acima da meta do Banco Central (BC), a Selic perto de 14% ao ano, a incerteza quanto à atuação do ministro Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda e as perspectivas de baixo desempenho econômico.
“Felizmente houve reação da economia, com crescimento acima do esperado”, assinala o presidente da FIEAM, ao citar previsão da Fundação Getúlio Vargas de que o ano deve fechar com alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), com o desemprego em baixa e a inflação menor do que a do ano passado, o que faz crescer a esperança de equilíbrio nas contas do governo em 2024 e perspectivas de maior crescimento econômico.
O vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca a atuação da instituição em prol de uma reforma tributária que simplifica o sistema de arrecadação de impostos. E destaca a participação ativa dos senadores e deputados federais do Amazonas, na aprovação da reforma tributária pelo Congresso, para que não houvesse prejuízos irreparáveis para a ZFM. “Para nós foi muito importante que o senador Eduardo Braga fosse escolhido relator da proposta no Senado. Graças a sua competência e habilidade de negociação, conseguiu que a ZFM fosse preservada, pois, embora tenha sido excluída da proposta a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) em favor do modelo ZFM, foi mantido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que será cobrado pela fabricação de produtos de outros estados que competirem com os produzidos na ZFM”, analisou Silva.
As intempéries climáticas também afetaram o desempenho econômico do Amazonas, principalmente o seu setor industrial, de acordo Silva, ao rememorar a estiagem que atingiu todo o estado, considerada a seca mais severa em muitos anos, com consequência para todos os municípios, que viveram uma grave crise ambiental, com comunidades isoladas, escolas fechadas e graves prejuízos na navegação, mesmo para as embarcações de menor porte, ocasionando problemas irremediáveis para o abastecimento de insumos e escoamento da produção do PIM.
A cidade também enfrentou ondas de fumaça causadas por incêndios e queimadas ocorridas na região metropolitana, que contaminaram o ar e provocaram problemas de saúde na população, inclusive de trabalhadores do PIM.
Apesar de todas essas dificuldades, as empresas do PIM demonstraram mais uma vez sua resiliência para enfrentar esses problemas, contando com o apoio das entidades representativas da classe produtiva e laboral, da classe política local, dos nossos representantes parlamentares no Senado e na Câmara, e do Governo do Estado. Conseguiram ao término do ano alcançar o desempenho satisfatório, gerando riquezas para a economia do estado.
Segundo o levantamento da FIEAM, o nível de emprego previsto no PIM apresentou um crescimento de 1,17%, em relação ao ano passado, mostrando o número estimado de operários em torno de 113.472 trabalhadores.
Conforme a projeção da instituição os principais subsetores industriais devem fechar 2023 com os seguintes números: Subsetor eletroeletrônico deverá ter uma evolução no faturamento em real de 3,14%, atingindo valor de R$ 33,973 bilhões. Se for avaliado em dólar, apresentará um crescimento de 6,65%, prevendo-se um faturamento de US$ 6,838 bilhões.
Subsetor de informática deve atingir em real, um faturamento de R$ 42,786 bilhões equivalente a uma queda de (-) 16,29%, decrescendo também quando calculado em dólar (-) 13,96%, ou seja, um faturamento de US$ 8,543 bilhões. Subsetor de duas rodas deverá apresentar um bom desempenho, crescendo o seu faturamento tanto em real quanto em dólar. Em real estima-se um crescimento de 20,07%, faturando R$ 31,634 bilhões e, em dólar, crescimento de 23,83%, totalizando de US$ 6,316 bilhões; subsetor químico deverá registrar no seu faturamento recuo de (-) 0,01% em real e crescimento de 3,13%, se considerado em dólar. Ou seja, com faturamento previsto de R$ 18,018 bilhões e US$ 3,625 bilhões, respectivamente.
O metalúrgico apresentou queda de (-) 9,02%, se considerado em real, e (-) 6,41%, se calculado em dólar, estimando-se o valor de faturamento de R$ 12,533 bilhões que equivale a US$ 2,520 bilhões; o subsetor termoplástico tem faturamento estimado em R$ 15,250 bilhões que equivale a US$ 3,070 bilhões, devendo crescer 0,04%, considerando-se em real, ou 3,19% considerando-se em dólar.
Para o subsetor mecânico prevê-se um faturamento de R$ 11,471 bilhões com crescimento de 14,50%, ou de US$ 2,316 bilhões, com crescimento de 19,37%. As exportações em razão dos vários problemas enfrentados tiveram desempenho inferior ao ano de 2022, apresentando estimativa de redução de (-) 4,22% cujo valor exportado deve ficar em torno de US$ 557,593 milhões.
As importações do PIM também foram menores em (-) 14,11%, estimando-se um total de US$ 11,371 bilhões em 2023, o que demonstra a queda de produção e faturamento em relação a 2022, isto é, menos componentes importados, menos produto fabricado.
“Acreditamos na recuperação econômica do Brasil, para o ano 2024, como resposta à reforma tributária aprovada no Congresso, que certamente trará mais estímulo para os investimentos produtivos. Acreditamos também no poder de reação e recuperação do empresariado brasileiro, no crescimento da demanda nacional, favorecida pelo aumento da geração de empregos”, disse Silva.