Intitulado “Consolidação da AMNANO (Rede Amazonas de Laboratórios Multiusuários em Nanotecnologia) no desenvolvimento de bioprodutos, a partir do nanoencapsulamento de metabólitos produzidos por plantas e fungos amazônicos”, o estudo realizado pela doutora em Química, Patrícia Melchionna Albuquerque, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolve bioprodutos a partir de encapsulados de metabólitos bioativos produzidos por plantas e fungos amazônicos em nanomateriais e colabora para o aproveitamento dos recursos naturais da região Amazônica.
Durante os testes, foram obtidos óleos essenciais e extratos em diferentes solventes (metabólitos de plantas) e extratos preparados a partir do cultivo do microrganismo (metabólitos de fungos amazônicos), sendo detentores de atividades biológicas de interesse, tais como: antioxidante, fotoprotetora, antimicrobiana e citotóxica.
“O desenvolvimento deste projeto sinaliza para o aproveitamento dos recursos naturais da região Amazônica, agregado ao potencial da nanotecnologia, primando pelo desenvolvimento científico com bases para a sustentabilidade e consequente desenvolvimento da bioeconomia no estado do Amazonas”, disse Patrícia Melchionna.
A Rede AMNANO conta com laboratórios de 5 instituições do Amazonas: UEA, Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Instituto Senai de Inovação (ISI). Ela também integra Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO), que é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Realização da pesquisa
Melchionna explica que o processo de seleção das plantas amazônicas, se dá por seu uso medicinal e das produtoras de óleos essenciais, e por suas atividades biológicas. Os fungos escolhidos são todos endofíticos, ou seja, vivem dentro das plantas e já foram utilizados em estudos anteriores, sendo produtores de substâncias bioativas.
“De posse dos extratos (fungos e plantas) e dos óleos essenciais, procedeu-se com as análises de atividade antioxidante, fotoprotetora, citotóxica e antimicrobiana. As amostras que se mostraram mais ativas foram selecionadas para serem nanoencapsuladas”, afirmou.
Após os bioprodutos serem nanoencapsulados, foram realizadas a caracterização e determinação da atividade biológica, liberação controlada e estabilidade. Em seguida, estabeleceu-se a concentração desses ativos para a formulação de produtos cosméticos, em especial emulsões fotoprotetoras.
“Até o momento foram desenvolvidos dois bioprodutos nanoencapsulados: o extrato da semente do guaraná (Paulinia cupana) e o óleo essencial de pau rosa (Aniba rosaeodora)”, disse.
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