Em outubro de 2024, os pedidos de recuperação judicial atingiram 223 registros, marcando um aumento de 37,7% em relação ao mesmo mês de 2023, conforme o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Este foi o terceiro maior número de solicitações em 2024.
As micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, com 177 pedidos, seguidas pelas médias (38) e grandes empresas (8). Até novembro de 2024, o total de recuperações judiciais chegou a 2.085, superando o pior ano da série histórica (2016), que registrou 1.863 solicitações. Com base nos números de janeiro a novembro, espera-se que 2024 termine com mais de 2.200 pedidos, um aumento de 22% em relação a 2016.
O aumento das taxas de juros e a inadimplência do consumidor impactam diretamente o fluxo de caixa das empresas, dificultando o pagamento de dívidas. Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, destaca que a restrição ao crédito bancário é um desafio maior para micro e pequenas empresas, que são as mais afetadas pela alta dos custos financeiros e pela inflação.
Por setores, os serviços lideraram as solicitações de recuperação judicial com 849 pedidos, enquanto a indústria teve o menor número, com 323.
Falências também sobem 82,1%
Os pedidos de falência aumentaram 82,1% em novembro de 2024, totalizando 71 registros. As micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, com 39 requisições. O setor de serviços também foi o mais impactado, com 28 pedidos, seguido pelo comércio (23) e indústria (20). Segundo Rabi, as falências representam a última tentativa dos credores de minimizar prejuízos, recebendo uma parte da dívida de forma proporcional ao crédito concedido.