Fruto de uma parceria entre o SENAI Amazonas e a Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), o projeto Padaria Artesanal tem feito a diferença na vida de centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade social no Amazonas. Iniciado em julho deste ano em Manaus, a iniciativa, que já capacitou quase 400 pessoas no estado em apenas seis meses, tem o objetivo de oferecer formação profissional e autonomia financeira para os participantes.
Na última sexta-feira, o projeto desenvolvido no Centro de Convivência da Família Teonízia Lôbo, no bairro Amazonino Mendes recebeu a visita da segunda-dama do país, Maria Lúcia Alckmin, mais conhecida por Lu Alckmin, juntamente com o gerente de Educação Profissional do SENAI Amazonas, José Nabir Ribeiro. Lu Alckmin é a idealizadora do projeto, criado em São Paulo em 2001.
Desde então, Padaria Artesanal já capacitou mais de 100 mil pessoas no estado e se expandiu para 13 estados brasileiros. Em Brasília, a iniciativa ganhou força com o apoio da sociedade civil e de instituições como o SENAI, que assumiu a gestão técnica e a formação de multiplicadores. “Cada polo é um lugar de acolhimento, onde o amor e o respeito são essenciais. Nosso compromisso é transformar vidas, e isso só é possível com a união de esforços”, disse a segunda-dama.
De acordo com José Nabir Ribeiro, o projeto visa ensinar receitas de pães artesanais de maneira prática e acessível. “A ideia é que os alunos se tornem autônomos, desenvolvendo pequenos negócios e gerando renda para suas famílias. Além disso, o SENAI capacita os multiplicadores, garantindo que as receitas sejam reproduzidas com qualidade, respeitando normas de higiene e manipulação de alimentos”, explica.
De acordo com Lu Alckmin, o Padaria Artesanal conta com 41 polos no Distrito Federal e já qualificou mais de 2.100 pessoas. A meta é ampliar ainda mais o alcance da iniciativa em 2025, levando a padaria artesanal a novos estados e comunidades pelo Brasil, com resultados significativos e histórias inspiradoras.
A instrutora da Escola SENAI de Ações Móveis e Sociais, Alice Saraiva, especialista em panificação e confeitaria, lidera as validações das práticas de ensino e assegura que as turmas sigam os padrões estabelecidos. “Estamos concluindo a 18ª turma hoje, superando a meta inicial de 100 matrículas, atingindo quase 400 participantes. Essa é uma conquista que reflete a importância e o impacto do programa”, ressalta Saraiva.
Com duração de oito horas, os cursos combinam teoria e prática. Segundo a instrutora, nas duas primeiras horas os alunos aprendem sobre normas de qualidade, segurança e higiene alimentar e, nas seis horas seguintes, é “mão na massa”, com a produção das receitas. O formato prático e inclusivo permite que os participantes usem utensílios e ingredientes simples, disponíveis em suas próprias casas.
Segundo a secretária titular da SEAS, Kely Patrícia, o projeto Padaria Artesanal no Amazonas se destaca por incluir, além da capacitação profissional, um diferencial de apoio financeiro. “Aqui, além de fazer a capacitação para as pessoas ingressarem no mercado de trabalho, o estado do Amazonas impõe uma linha de crédito. Ou seja, se você é mulher, você vai com crédito maior. Se é homem, temos o crédito solidário pela FPS. A ideia é oferecer uma trilha para quem quer empreender, crescer e caminhar”, explica a secretária.
Para a participante do projeto, Mirei de Lomas da Silva, de 42 anos, o curso foi um divisor de águas. A estudante conheceu o projeto por meio de uma reportagem e decidiu se inscrever. “Recebi a confirmação da matrícula pelo WhatsApp e fiquei encantada. O curso é uma porta de entrada para um empreendimento. É possível começar com pouco, usando materiais acessíveis, e transformar isso em uma fonte de renda. Sou muito grata por essa oportunidade”, afirma emocionada.
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