Indígenas Apurinã óleo de copaíba
Na Aldeia Trevo, localizada na Floresta Estadual (FES) Tapauá, indígenas Apurinã fizeram a primeira venda de óleo de copaíba extraído de seu território para a Associação dos Produtores Agroextrativistas Colônia do Sardinha (Aspacs). O tema é destaque no Informativo Falado, versão em áudio das notícias mensais do Observatório BR-319, e pode ser ouvido no site ou no canal da rede no Youtube.
A negociação a preço justo do produto é resultado do aprimoramento das técnicas de extração do óleo de copaíba por meio de um curso de Boas Práticas, realizado em 2022 pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). O curso ensinou aos indígenas técnicas de extração para garantir o padrão de qualidade exigido pelo mercado consumidor.
De acordo com o secretário da Aspacs e membro da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp), Rogério Apurinã, “os indígenas já sabiam do potencial de produção do território, mas não dominavam técnicas de manejo que assegurassem a qualidade da extração do óleo e nem a sustentabilidade da produção”. Apenas três meses após a realização do curso, os Apurinã da Aldeia Trevo entregaram a primeira remessa de óleo de copaíba dentro do padrão adequado.
A comercialização é importante para o território pois advém de uma produção sustentável, que gera renda para os Apurinã e também protege a FES Tapauá, que vem sofrendo com o avanço do desmatamento.
Outro tema abordado no Informativo é o estudo “A Castanha-da-Amazônia: Aspectos Econômicos e Mercadológicos da Cadeia de Valor”, publicado pelo Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA). A publicação aponta que a cadeia da castanha movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, mas que isso não reflete na remuneração e na valorização dos castanheiros da Amazônia que vendem a castanha in natura. O Informativo também falou sobre a participação dos indígenas das calhas do rio Madeira e Purus no Acampamento Terra Livre (ATL) 2023 e destacou três livros publicados na língua Tupi-Kagwahiva sobre a diversidade de sapos, cobras e peixes encontrados nas florestas da BR-319.
Outro detalhe importante do informativo é a seção ‘Monitoramentos’, que mostra que Rondônia apresentou em março um crescimento de 138% nos focos de calor, em comparação ao mesmo período de 2022. A Amazônia Legal, o Amazonas, Rondônia e os municípios da BR-319 apresentaram aumento no desmatamento em relação ao mesmo mês de 2022, que foram de 180%, 780%, 509% e 305%, respectivamente.