Em uma região conhecida como Baixo Tapajós, em Alter do Chão (PA), encontra-se a Vila Balneária, casa da comunidade originária Borari. A apenas 33 Km do aeroporto internacional de Santarém, a vila é mundialmente reconhecida por sua beleza cênica e natureza exuberante. Diversas experiências amazônicas na região do Baixo Tapajós levam o nome da vila que vem se consolidando como um destino altamente desejado por turistas do mundo inteiro.
Para além da exuberância da natureza local, conhecer Alter do Chão pelas mãos do povo Indígena se torna uma imersão na cultura e na história da região. É exatamente isso que propõe o projeto a Experiências do Brasil Original junto à comunidade Indígena Borari.
A proposta é que os visitantes vivenciem noites de celebração em volta da fogueira com carimbó e contação de histórias; sintam os sabores da piracaia; aprendam sobre a força e resistência das Suraras (um coletivo de mulheres indígenas) e, com a permissão dos encantados, entrem na floresta para vivenciá-la bem de perto.
Para a diretora da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, Leila Borari, o ‘Experiências do Brasil Original’ é um passo importante para comunidade.
“Somos nós contando a nossa história e somos protagonistas desse trabalho. Além de ter um teor muito importante para a proteção das florestas, dos nossos rios, pois o turismo é um caminho positivo para que a gente possa se desenvolver economicamente, mas protegendo o nosso local”.
Para a comunidade, o projeto ajudou na retomada de ações. “O Experiências do Brasil Original nos ajuda também a desenvolver os projetos na comunidade, projetos que muitas vezes estavam esquecidos, de pessoas que estavam precisando somente de uma iniciativa para colocar em prática”, comentou um dos agentes de turismo da região, Dórisson Lobato.
Desfrutar da hospitalidade Borari, sempre pronta a receber bem os que estiverem dispostos a conhecer e respeitar sua cultura e luta, é um atrativo à parte, o roteiro ‘A Comunidade Borari’ guarda uma combinação de cheiros, sons, cenários, sabores e saberes que fazem da vila um lugar ainda melhor na companhia de seu povo.
Mergulho ancestral com as Suraras do Tapajós
A Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós possui o primeiro grupo de carimbó do Brasil composto somente por mulheres indígenas. Elas possuem clipes e músicas autorais lançados em todas as plataformas digitais e, para os visitantes da comunidade, há a possibilidade de assistir um exclusivo e encantador show dessas mulheres.
O ambiente é preparado com exposição de artesanatos, confecção de roupas de marca própria, pintura corporal com grafismo indígena, tudo produzido pelas mãos das mulheres da associação, no espaço coletivo de arte e resistência. O visitante é recebido com um ritual de boas-vindas e é convidado a conhecer a sede da organização. Com uma roda de conversa, contam histórias e compartilham experiências de uma Amazônia falada a partir de seu povo.
Esse coletivo de mulheres indígenas é composto por diversas etnias que compõem a região do Baixo Tapajós e tem sua sede localizada na vila de Alter do Chão. As Suraras buscam combater a violência contra a mulher indígena e o racismo, promovendo o acolhimento e o fortalecimento da autoestima, contribuindo para o empoderamento econômico e político, na defesa de seus territórios.
Passeio Cabôco
Esse passeio começa pelo Lago Verde onde a riqueza da cultura local se entrelaça com a exuberância natural. À medida que navegam pelo rio Tapajós e exploram os encantos do Lago Verde, Igarapés e Ygapós, os visitantes são levados por uma experiência autêntica.
Em sintonia com a natureza, o turista tem a oportunidade de degustar a culinária local que reflete os sabores únicos da Amazônia, especialmente os peixes frescos da região, desfrutando a Piracaia. Depois de uma pausa tranquila nas redes entre as árvores, apreciando o ambiente sereno. A experiência segue no passeio rumo ao igarapé do macaco, onde se realiza uma trilha de transição, atravessando diferentes ecossistemas como a savana, a floresta e chegando a um dos lugares mais encantados de Alter, a nascente do Igarapé do Macaco.
Depois de renovar as energias no olho da nascente, segue-se em direção ao Rio Tapajós, em busca de um lugar para contemplar o espetáculo do pôr do sol. Este não é apenas um passeio, mas um compromisso com o turismo de base comunitária. Os participantes apoiam as comunidades locais, valorizando suas tradições e impulsionando um turismo consciente.
Dormir na floresta
Nesta experiência, Mestre Hermes – compositor, artesão e mestre de carimbó da região – conduz os visitantes por um percurso de barco, tendo como plano de fundo a estonteante imagem do pôr do sol no rio tapajós, e com a permissão dos encantados, o grupo entra na floresta para uma noite inesquecível.
É realizada uma trilha noturna até o acampamento, na chegada os turistas são premiados à base com banho noturno no igarapé e aprendem sobre a montagem das redes, arte do mato, preparo da comida, contação de histórias embalados pelos sons e pelo ar fresco da noite amazônica.
No dia seguinte, antes de retornarem, outros pontos da mata são percorridos, outras partes do igarapé e novos recursos da natureza e da cultura Borari são apresentados ao turista.
Fonte: MINISTÉRIO DO TURISMO