Membros da etnia indígena Munduruku, situados em regiões e territórios diferentes nos estados do Pará (sudoeste, calha e afluentes do rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga), apresentaram “níveis alarmantes” de mercúrio em seus corpos, segundo os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Esta poluição é resultado direto da ingestão de água e alimentos contaminados, principalmente peixe, sendo o mercúrio proveniente das atividades de garimpo a fonte exclusiva dessa contaminação. Isso demonstra o impacto negativo do garimpo ilegal sobre a qualidade de vida dessas comunidades indígenas na Terra Munduruku.
Os efeitos da intoxicação ao mercúrio começaram a ser percebidos pelos Munduruku. “A gente começou a notar assim, alguns sintomas de criança, com dificuldade de se movimentar, [de] mobilidade, doenças que vinham apresentando e a gente não sabia o que era”, relatou o cacique Jairo Saw Munduruku à emissora TV Globo.
A contaminação de mulheres. “O que mais assustou era que as mulheres que estavam mais contaminadas. E muitas mulheres, o próprio médico falava, que o leite materno das mulheres que amamentava, que estava contaminando também as crianças”, expressou a líder indígena Alessandra Korap.
A pesquisa conduzida pela Fiocruz, que incluiu a análise de amostras de cabelo dos indígenas, revelou que, em certos casos, a concentração do metal estava duas vezes acima do limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e em um caso específico, o nível era três vezes superior ao recomendado.
Garimpo ilegal e suas consequências
A Terra Munduruku ocupa a segunda posição no Brasil em termos de incidência de garimpo ilegal, ficando atrás somente da Terra Yanomami, que enfrenta uma séria crise humanitária devido a essa prática ilícita.
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