Em um movimento estratégico que promete redefinir o cenário energético brasileiro, a Eneva apresentou uma proposta não vinculante de fusão com a Vibra. A transação almeja a formação de uma gigante de energia, integrando os negócios de exploração de gás natural e geração termelétrica e renovável da Eneva à robusta distribuição de combustíveis da Vibra.
A proposta, revelada em um comunicado na noite de domingo (26), sugere uma fusão de iguais, com os acionistas de ambas as empresas representando 50% da base acionária da nova entidade resultante. A Eneva destacou a singularidade da oportunidade, descrevendo-a como uma operação com “sólido racional estratégico”. A fusão proposta unirá a ampla base de distribuição de combustíveis da Vibra, juntamente com seus ativos de energia renovável concentrados na Comerc, à expertise da Eneva em exploração de gás natural e geração termelétrica e renovável.
A Eneva, que já buscava um parceiro para acelerar o crescimento e reduzir sua alavancagem, acredita que a combinação dos negócios mitigará a exposição da Vibra à volatilidade inerente à distribuição de combustíveis e aos riscos associados à exploração de hidrocarbonetos. O comunicado destaca ainda que a fusão permitiria oferecer energia elétrica e gás natural aos clientes B2B e veiculares da Vibra, buscando alternativas mais sustentáveis em substituição ao óleo combustível e diesel.
A Eneva projeta que a união resultará na terceira maior empresa listada de energia no Brasil em valor de mercado, com uma expectativa de crescimento significativo na liquidez das ações, prevendo um volume superior a 300 milhões de reais por dia.
Atualmente, a Eneva possui um valor de mercado de R$ 20,7 bilhões, enquanto a Vibra Energia ostenta um valor de R$ 25,9 bilhões, de acordo com dados do LSEG Workspace. Ambas as empresas têm controle pulverizado, com a gestora de ativos Dynamo sendo um acionista comum.
A Eneva também revelou que o BTG Pactual, um de seus grandes acionistas, ofereceu incorporar à nova empresa combinada seus ativos termelétricos, avaliados em R$ 2,5 bilhões, a uma taxa de desconto de 10% em termos reais.
Até o momento, a Vibra Energia não emitiu comentários em resposta à proposta de fusão apresentada pela Eneva. A concretização do acordo promete não apenas reconfigurar o panorama energético brasileiro, mas também gerar ganhos significativos de eficiência e alocação de capital para as duas empresas envolvidas. O desenrolar dessa potencial fusão será acompanhado de perto pelos mercados e stakeholders do setor.