Empreendedorismo feminino está emergindo como um catalisador poderoso de inovação na Amazônia. A rica herança cultural e os saberes tradicionais da região se entrelaçam com uma abordagem criativa, resultando em empreendimentos de destaque. Mayará Casttro, nasceu na Amazônia, fundadora da Empresa Invest Amazônia, de desing de projetos e parcerias na região atuou como jurada do Aurora Tech Award, uma competição internacional de startups femininas, “fui inspirada a explorar o DNA único do empreendedorismo feminino amazônico, e a resposta foi clara: inovação”, enfatizou Mayará.
Essa constatação se sustenta na experiência que tive ao conhecer empreendimentos liderados por mulheres de diversas áreas na região. Na Amazônia, dois fatores distintivos estão moldando a cena empreendedora: a cultura rica e os saberes tradicionais que compõem a sociobiodiversidade regional. Além disso, a interação entre academia e comunidades, bem como a produção acadêmica centrada em questões locais, enriquecem o cenário.
Um exemplo notável é a empresa de cosméticos Pharmakos, liderada por Samara Rodrigues. Fundada com base em pesquisa e desenvolvimento, a Pharmakos valoriza os saberes das comunidades tradicionais, integrando-os à sua cadeia de valor. A Konioca, uma foodtech vencedora do programa Mulheres Inovadoras Norte da Finep, desenvolveu uma inovação patenteada: um maquinário e fórmula exclusiva de goma de mandioca em formato de cone.
Na culinária, a criatividade floresce mesmo com ingredientes familiares. A Oca Taberna, sob a liderança da chef Raquel Sobral, explora novas possibilidades gastronômicas, como o ceviche de filhote com “leche” de tucupi. A Manioca, vencedora do prêmio Sirha na França, foi fundada por Joana Martins com a missão de levar a Amazônia para o mundo por meio de alimentos e valores regionais.
O empreendedorismo feminino não se limita a setores específicos. Joyce Cursino, por exemplo, fundou o Telas em Movimento, que democratiza o acesso ao cinema nas periferias e comunidades tradicionais, proporcionando formação em audiovisual e narrativas amazônicas autênticas.
Elenilza Monteiro, com o Ilha Branca, nos ensina sobre parcerias sólidas. Esse negócio familiar em uma ilha próxima a Belém expandiu significativamente nos últimos anos, sem crédito ou financiamento convencional. Através do desenvolvimento de parcerias, o Ilha Branca se transformou em um complexo turístico de base comunitária, atendendo tanto o público local quanto internacional.
O empreendedorismo feminino na Amazônia não apenas impulsiona a inovação, mas também enaltece a rica herança cultural e os saberes tradicionais da região. Através de suas abordagens únicas e criativas, essas mulheres estão deixando uma marca indelével na cena empreendedora local e global, demonstrando que a inovação pode prosperar onde a tradição e a criatividade se encontram.
Acompanhe também: