Para celebrar o Dia da Amazônia, em 5 de setembro de 2024, foi lançado um inovador projeto que visa promover uma transformação ambiental significativa. Este projeto não só produz alimentos, mudas e sementes, mas também gera renda por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs).
A capacitação e estruturação dos SAFs fazem parte do Projeto de Restauração da Floresta Amazônica no Tapajós. A iniciativa busca estabelecer uma rede de bancos de sementes e viveiros florestais para fornecer espécies nativas à região. Entre as mudas cultivadas estão açaí, cupuaçu, cacau, andiroba, cedro, copaíba, graviola, acerola, ipê, jacarandá e urucum, que serão utilizadas tanto para gerar renda com a venda a outros interessados quanto para a recuperação de áreas de preservação permanente.
Em Trairão, as famílias optaram por fortalecer um viveiro existente, enquanto em Mojuí dos Campos, Suelen Costa Feitosa plantou mais de 500 mudas em sua propriedade, com foco especial no cupuaçu. Este esforço visa aprimorar a produção de chocolate a partir das amêndoas do fruto regional. Suelen destaca que o projeto não só melhorou a qualidade do plantio, mas também possibilitou a criação de um viveiro coletivo com capacidade para 20 mil mudas.
A iniciativa é resultado de uma verdadeira força-tarefa, com implantação promovida pela organização não governamental Conservação Internacional (CI-Brasil) e assistência técnica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Os agricultores participantes foram identificados e mobilizados pelas associações locais e participaram de um curso oferecido pelo Laboratório de Sementes Florestais da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
O projeto foi desenvolvido em três fases principais: capacitação, criação ou aprimoramento de bancos de sementes e viveiros, e a recuperação de áreas desmatadas por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) ou da Regeneração Natural.
Durante a capacitação, foram abordados temas que vão desde conhecimentos científicos sobre espécies nativas até práticas de beneficiamento da produção, incluindo secagem, armazenamento e aspectos legais. Além disso, os participantes aprenderam sobre a produção de mudas, áreas de coleta de sementes e manejo de viveiros florestais.
Para reduzir perdas no plantio, os agricultores receberam treinamento adicional em técnicas como enriquecimento de substrato, ajustes no sistema de irrigação e uso de ferramentas de GPS para o georreferenciamento de árvores matrizes, entre outros.