O curauá (Ananas erectifolius), originário da Amazônia e pertencente à mesma família do abacaxi, destaca-se não apenas pelo formato semelhante ao de seu “primo”, mas por suas propriedades únicas, ao contrário do abacaxi, tradicionalmente utilizado na culinária, a fibra do curauá exibe uma resistência mecânica notável, conferindo-lhe a capacidade de suportar elevadas tensões, apesar de seu tamanho diminuto.
A fibra extraída das folhas do curauá é robusta, suave, leve e totalmente reciclável, tornando-a altamente versátil e desejável para diversas aplicações, quando combinada com materiais à base de polipropileno, por exemplo, ela se transforma em um compósito já adotado pela indústria automobilística, este compósito apresenta potencial para substituir a fibra de vidro e até mesmo para ser empregado como componente em vigas resistentes a terremotos, a versatilidade e as características superiores da fibra do curauá oferecem perspectivas promissoras para inovações sustentáveis em diversos setores industriais.
A inspiração para explorar novos usos surgiu da observação dos indígenas, que há muito tempo incorporam a fibra do curauá em suas práticas, confeccionando cordas, redes de dormir e linhas de pesca.
A aplicação das fibras do curauá tem sido alvo de investigações acadêmicas em várias instituições de pesquisa no Brasil e na América do Sul, esses estudos ganham relevância, uma vez que, além da presença marcante na Amazônia brasileira, o curauá também é encontrado em regiões como Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana Francesa.