Debater e propor políticas públicas para o fomento da cultura, considerando a participação de múltiplas vozes do segmento. Esta é a proposta da Conferência Estadual de Cultura, que chega a sua terceira edição nos dias 21, 22 e 23 de janeiro no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e recebe o apoio do Conselho Estadual de Cultura.
A conferência foi lançada em cerimônia no Centro Cultural Palácio Rio Negro, com a presença dos secretários executivos de Cultura e Economia Criativa, Cândido Jeremias e Kk Bonates; da coordenadora do escritório do Ministério da Cultura no Amazonas, Michelle Andrews, e da Conselheira de Cultura da Cadeira de Povos Indígenas, Wanda Witoto, além de pessoas ligadas à cultura e imprensa.
O encontro vai somar mais de 20 horas de atividades nos três dias, reunindo representantes do Ministério da Cultura (MinC) e mais de 150 delegados eleitos e homologados no interior do estado e capital, durante a Conferência Municipal de Cultura. A programação se estenderá das 9h às 18h, restrita aos grupos de trabalho, para elaboração de propostas que irão compor o Plano Estadual de Cultura.
A conferência constitui um espaço plural e democrático, de debate, escuta, tomada de decisões, contribuições estas fundamentais para criação de políticas públicas de fortalecimento da indústria cultural no estado.
Após as 18h, atrações musicais e artísticas sobem ao palco, todos os dias, com entrada gratuita. O evento também contará com espaço kids e gastronômico.
A realização da conferência estadual é uma das prerrogativas para participação de estados e municípios na 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), que neste ano traz o tema “Democracia e Direito à Cultura”, e ocorrerá entre os dias 4 a 8 de março de 2024, em Brasília, Distrito Federal.
Na ocasião do encontro estadual, haverá votação em plenária dos delegados que vão representar o Amazonas na 4ª CNC. Cada estado deve ter uma cota mínima de 60 delegados representativos.
Salto qualitativo
O secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Kk Bonates, ressaltou a importância da conferência, enfatizando que se constitui em um salto qualitativo na política cultural do estado por meio da democracia participativa, lembrando que o tema principal do evento é “Democracia e e Direito à Cultura”.
“O cidadão, o fazedor de cultura, está diretamente linkado nas discussões das propostas, da sua opinião, as diversidades, diversidade de gênero, de raça. Até de concepção de mundo mesmo, de concepções artísticas, elas são colocadas. E nós temos mais ou menos 150 delegados advindos dos 62 municípios do estado”, pontuou Kk Bonates.
Para a coordenadora do escritório do Ministério da Cultura no Amazonas, Michelle Andrews, a reafirmação democrática da cultura é um momento muito importante pelo qual o país está passando. Ela também ressaltou a importância da conferência estadual para que sejam levadas à conferência nacional proposta que levem em conta as particularidades e peculiaridades do Amazonas.
“Esse momento é importante porque a gente vai organizar as demandas que nós queremos para as políticas culturais. Quando a gente chegar na conferência nacional nós vamos fazer uma disputa para que o plano nacional de cultura tenha a cara do Amazonas. Entenda suas peculiaridades como custo amazônico, como a vivência da sociedade, o fazer cultural, a logística”, opina Michelle.
A conselheira de Cultura da cadeira de Povos Indígenas, Vanda Witoto, ressaltou a relevância da Conferência Estadual de Cultura para o cenário cultural e artístico da região.
“A Conferência da Cultura é um espaço plural, um encontro que celebra a riqueza da diversidade brasileira. É o lugar onde as múltiplas vozes da nossa cultura se unem, se entrelaçam e se fortalecem para um momento de diálogo e reflexão, construção coletiva de políticas que promovam e preservem a nossa cultura e a nossa identidade cultural”, declarou.
As propostas discutidas no âmbito estadual serão norteadas, seguindo seis eixos temáticos: institucionalização, marcos legais e sistema nacional de cultura; democratização do acesso à cultura e participação social; identidade, patrimônio e memória; diversidade cultural e transversalidade de gênero, raça e acessibilidade na política cultural; economia criativa, trabalho, renda e sustentabilidade; e direito às artes e linguagens digitais.