A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou recentemente sua perspectiva para o mercado de trabalho no Amazonas durante a reta final de 2023. Os números são animadores, indicando a criação de 2.797 vagas temporárias no estado. Essa projeção reflete uma tendência nacional, com o Brasil esperando gerar um total de 262 mil vagas temporárias, marcando um aumento de 8,14% em relação a 2022 e atingindo o maior número desde 2014, quando foram geradas 299,7 mil vagas temporárias.
Comércio lidera a geração de empregos temporários
O setor de comércio se destaca como o maior empregador, com uma previsão de abrir 173 mil postos temporários em todo o país. Em segundo lugar, o segmento de hospedagem e restaurantes contribuirá com 63 mil vagas temporárias. Os transportes vêm em terceiro lugar, com 17 mil vagas, seguidos das atividades culturais e outros setores, que devem projetar um total de 7.651 postos.
Projeções regionais
São Paulo lidera as projeções regionais, com uma estimativa de 81 mil vagas temporárias para 2023. Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro também têm números expressivos, com previsões de 30 mil, 20 mil e 16 mil empregos temporários, respectivamente.
Principais ocupações e faixa etária
As principais ocupações esperadas incluem vendedores em lojas ou mercados, com uma projeção de 31 mil vagas temporárias, seguidos de auxiliares administrativos, com 19 mil vagas, e trabalhadores de manutenção de edifícios, com 16 mil vagas.
A faixa etária entre 18 e 24 anos é a que mais procura essas oportunidades, representando 88 mil vagas, seguida pela parcela entre 30 e 39 anos, com 62 mil empregos. O salário médio para essas vagas temporárias é projetado em torno de R$ 1,8 mil, o que representa um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. Considerando a inflação atual, que está em torno de 4,5%, os trabalhadores podem experimentar um ganho real de até 2%, sinalizando uma perspectiva positiva em meio à recuperação econômica.
Taxa de efetivação e otimismo econômico
A taxa de efetivação dos empregos temporários está intrinsecamente ligada à perspectiva econômica para o ano seguinte. A pesquisa aponta que 12% das vagas temporárias têm a possibilidade de se tornarem efetivas no início de 2024. Isso está relacionado a fatores como a baixa inflação e a tendência contínua de queda nas taxas de juros, que impulsionam a confiança dos empresários.
O controle da inflação levou a uma diminuição nas taxas de juros, resultando em um aumento no consumo de bens duráveis. Com a inflação sob controle, o setor de comércio e serviços se torna mais otimista, prevendo a criação de mais empregos no médio e longo prazo.
Lojas físicas e a temporada de contratações
Apesar do crescimento do comércio eletrônico, as lojas físicas ainda desempenham um papel crucial no mercado de trabalho. O setor de comércio e serviços se prepara para uma temporada de contratações que começou em setembro e se intensifica à medida que o Natal se aproxima. Em setembro, 10% das vagas temporárias são criadas, mas é em novembro que a busca por emprego atinge o auge, com 60% das vagas sendo abertas.
Além da sazonalidade, o setor de serviços apresenta um nível de atividade 15% superior ao período pré-pandemia, tornando-se um dos principais motores da economia brasileira. Isso é particularmente encorajador para aqueles que enfrentam a crise de desemprego, pois muitas das vagas disponíveis no comércio e serviços não exigem experiência ou qualificação elevada. A pesquisa da CNC enfatiza que 73% das vagas temporárias são destinadas a candidatos com ensino médio completo, o que abre portas para aqueles que anteriormente estavam à margem do mercado formal.
Essas perspectivas positivas no mercado de trabalho, juntamente com a recuperação econômica e o aumento do poder de compra, sugerem um cenário favorável para os trabalhadores temporários no Amazonas e em todo o Brasil no final de 2023 e início de 2024.