A conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia é uma das ações prioritárias do Plano de Retomada da Indústria – entregue recentemente ao governo brasileiro. Os benefícios da medida para o crescimento econômico do país são muitos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que cerca de 95% de todos os bens industriais terão o imposto de importação zerado em até 10 anos ao entrarem no mercado europeu, sendo que mais da metade destes produtos, quase três mil bens industriais, terão esse benefício imediato já na entrada em vigor do acordo.
Se os compromissos já valessem em 2022, cerca de R$ 13 bilhões em exportações brasileiras ao bloco não teriam pago imposto de importação nas aduanas europeias.
O acordo vai facilitar as trocas de bens e serviços de maior valor agregado e favorecer investimentos de ponta, além de promover uma zona de comércio livre moderna, com um mercado de mais de 717 milhões de pessoas e cobrindo cerca de 20% da economia mundial e 31% das exportações mundiais de bens. O tratado também vai estabelecer regras ambientais de alto padrão e compromissos de ação climática.
Para a CNI, a ratificação do documento sem reabertura de todo o processo de negociação é considerada prioritária, e o texto atual, discutido ao longo de mais de duas décadas e concluído em princípio em 2019, é suficiente e com compromissos comerciais equilibrados.
O acordo – o mais amplo e mais complexo já negociado pelo Mercosul – é essencial para impulsionar a integração competitiva entre os dois blocos, medida essencial para alavancar a competitividade e o crescimento.
“A conclusão do acordo será muito importante para a indústria e para o Brasil. A atual tendência de concentração da pauta comercial brasileira preocupa, e o acordo pode contribuir para melhorar a integração competitiva do país. Por um lado, os compromissos fomentarão a abertura de novos mercados para exportações e tornarão mais acessível o acesso a insumos produtivos. Por outro, aprofundarão a cooperação em áreas estratégicas, como sustentabilidade, energia, segurança, PMEs e outras”, afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.