O Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) está alinhado com as iniciativas de inclusão de pessoas com deficiência. Comprometido com a educação de qualidade, igualdade e equidade, a instituição abre portas para o desenvolvimento profissional e a realização de sonhos, construindo um futuro mais justo e promissor.
Em 2024, nas suas unidades na capital e no interior do estado, o Cetam proporcionou formação para 100 alunos com algum tipo de deficiência em seus cursos técnicos e de qualificação profissional.
Mais do que apenas fornecer conhecimento, a instituição oferece um ambiente acolhedor e acessível, onde cada indivíduo é valorizado e tem a oportunidade de alcançar seu pleno potencial.
Um exemplo do processo de inclusão realizado pelo Cetam está na unidade em Parintins, que realizou o curso de Qualificação Profissional em Informática Básica para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em parceria com o Instituto Autismo de Parintins (Iapin).
Unidades de Manaus
Na Escola de Educação Profissional Padre Estelio Dalison, localizada no bairro São Jorge, zona oeste, a turma do curso Técnico em Massoterapia, que concluiu o curso, contou com três pessoas cegas.
Carlos Correia foi um desses alunos. Ele destaca a importância de o Cetam oferecer todas as condições para alunos portadores de deficiência estudarem. “A gente fica muito feliz em contar com uma instituição que se preocupa com a inclusão e facilita nosso acesso à educação profissional”, ressalta.
Carlos conheceu a massagem em uma instituição particular e no Cetam concluiu o curso Técnico em Massoterapia. “Agradeço ao Cetam que nos ofereceu esse curso e garantiu todas as condições para estudarmos. O Cetam não mediu esforços e disponibilizou ledoras para nos acompanhar nas aulas “, explica Correia, ao detalhar o processo de aprendizado do Cetam.
Superação
Elisabete Regina Barroso de Souza, também do curso de massoterapia do Cetam, é um exemplo de determinação e superação. Feirante há 40 anos, ela decidiu seguir um novo sonho após um acidente de carro que a fez perder a visão. “Sempre gostei de massagem, era meu sonho. Nada para Deus é impossível”, afirma Elisabete.
Orgulhosa de ser aluna do Cetam, ela compartilha sua jornada com todos a sua volta. “Espalho o nome do Cetam por todos os cantos. A educação que recebemos aqui faz toda a diferença”, declara.
Ela relembra que era analfabeta e seus amigos feirantes a incentivaram a estudar. “Eu era a única analfabeta da turma, mas me botavam para estudar. Com o tempo fui aprendendo e hoje estou aqui, focada no meu objetivo”, destacou.
Agora formada, Elisabete já vislumbra um novo caminho com o início de muitas outras oportunidades. “Com Deus na frente cheguei onde sonhei”, conclui, demonstrando fé e determinação em sua nova jornada profissional.
Ledoras, figuras fundamentais
Para desenvolver o trabalho de ensino-aprendizagem com pessoas cegas, o Cetam disponibiliza ledoras, profissionais que atuam como suporte pedagógico aos alunos na sala de aula auxiliando-os e colaborando com o instrutor do componente em sala de aula. Para os estudantes, a figura do ledor ou ledora é fundamental e o Cetam disponibiliza profissionais para atender esses alunos.
Gerlane Pereira é ledora e transcritora na instituição desde 2020. Ela começou na unidade do Cetam no Galileia, proporcionando suporte essencial para que esses alunos tenham sucesso em sua formação. “Eu comecei no Cetam em 2020, já nessa função, no Galileia. Eu já trabalhava para outras instituições, mas até então essa função não existia no Cetam”, lembra.
Ela foi a pioneira na instituição, iniciando seu trabalho com uma aluna que necessitava de assistência visual total, e que concluiu o curso no ano passado.
Gerlane explica a importância do ledor transcritor no processo de aprendizagem: “Nós lemos as provas para eles, explicamos o que o professor está passando no slide, e fazemos a descrição das imagens. Assim, conseguimos inseri-los em todo o processo de aprendizagem.”
Além da leitura e transcrição, Gerlane destaca a necessidade de garantir a autonomia dos alunos. “Não estamos aqui para limitá-los, mas para dar autonomia nessa acessibilidade. Eles sabem se localizar dentro da instituição, onde está a escada, onde é o banheiro. Nossa função é auxiliar na leitura e na transcrição, mas eles fazem todo o processo de estudo e formação por conta própria.”
Para Gerlane, ver os alunos concluindo seus cursos é uma experiência gratificante. “Já estou no terceiro curso de massoterapia acompanhando alunos. É gratificante quando finalizamos e vemos que eles se formaram e conseguiram o mesmo que os outros conseguem.”
Gratificação
O presidente do Cetam, Fábio Albuquerque, ressalta que a instituição segue a determinação do governador Wilson Lima, que é ofertar educação profissional e tecnológica para todos em todo o estado.
“O Cetam está de portas abertas para todos e a inclusão de alunos com deficiência faz parte do nosso escopo de trabalho. Damos as condições para que todos tenham oportunidades. E fazemos isso com prazer”, destacou.
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