Brasil melhor participação robótica
Brasil entre os melhores do mundo! O país fez história na competição mundial de robótica educacional FIRST Championship ao chegar com a maior delegação brasileira, formada por 110 estudantes, e voltar para casa com oito prêmios.
O evento, que começou na quarta-feira (19) e terminou neste sábado (22) em Houston, nos Estados Unidos, reuniu mais de 15 mil competidores de 50 países. O torneio reconhece o trabalho de estudantes de 6 a 19 anos, que, em equipes, devem construir e operar robôs, além de desenvolver projetos de ciência e tecnologia para a comunidade.
As equipes 7565 Robonáticos, de São Paulo (SP), e a 1156 Under Control, de Novo Hamburgo (RS), conquistaram o Engineering Inspiration Award, um dos prêmios de maior prestígio da competição. Com isso, ambas têm vaga garantida no próximo mundial e, o melhor, receberão patrocínio da NASA para estarem novamente no torneio.
“A gente está extremamente feliz! Classificamos para o mundial, na semana passada, com esse mesmo prêmio, e ganhar no próprio mundial é algo incrível. Conseguimos mostrar que, mesmo em país com tanta desigualdade, estamos fazendo a diferença, levando ciência e tecnologia para a comunidade”, destacou Taísa Chan, da Robonáticos.
Bruno Ósio, da equipe 1772 TrailBlazers, de Gravataí (RS), é um dos grandes nomes da temporada. Isso porque o jovem foi o primeiro brasileiro a conquistar o Dean’s List na etapa mundial. Apenas 10 competidores têm a honra de receber esse reconhecimento, que é individual e não da equipe.
Surpresa, emoção e orgulho marcam premiação
Equipes novatas e veteranas compartilharam a emoção de levar o nome do Brasil para a elite da robótica mundial. “Foi um sonho desde o início da temporada, oito meses. E ganhar no mundial, com certeza, é a maior realização da nossa equipe e vai ficar marcado para sempre”, garantiu Karoline Ceciliano, da equipe Justice, que, em seu segundo ano de existência, fez a estreia em torneios internacionais.
Enquanto a Under Control compete há 11 anos no mundial – experiência que também garantiu 6º lugar no ranking da divisão em que disputou as partidas qualificatórias – a Nine Tails fez sua primeira participação. Antes e durante o torneio, os times brasileiros se ajudaram.
“Nós fazemos a mentorização de outras equipes, conversamos com eles, fazemos videochamadas e ajudamos com a parte mecânica, elétrica, de programação, até mesmo na apresentação. Estamos muito felizes de estar aqui e orgulhosos de onde chegamos. Temos gente no Brasil ajudando, então agradecemos o trabalho deles também. É incrível!”, comemorou Ana Luiza Amora, da Under Control.
“Primeira vez que estamos participando e foi inesperado, mas muito importante pra gente. Vamos crescer muito. Aprendemos, vimos muita coisa nova e é uma experiência que vamos levar para toda nossa vida. Estou honrada de trazer o nome do Brasil”, completou Ana Luísa Ambrósio, da Nine Tails.
Entenda a competição
Das 11 equipes brasileiras, seis competiram na modalidade mais avançada, a FIRST Robotics Competition (FRC); duas na intermediária, a FIRST Tech Challenge (FTC); e três na iniciante, a FIRST LEGO League (FLL), que se divide em Explore e Challenge. Para chegar ao mundial, os estudantes disputaram torneios classificatórios, que, no Brasil, são realizados pelo Serviço Social da Indústria (SESI).
O diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, reforça a importância das atividades e competições de robótica na formação de crianças e adolescentes para os desafios que eles vão enfrentar mais para frente.
“Na robótica, os estudantes têm o primeiro contato e podem colocar em prática conceitos de mecânica, elétrica, programação e design. E não é só programar, construir e operar o robô. Eles também precisam fazer a gestão da equipe como a de uma empresa, ir atrás de patrocínio e tocar projetos sociais, levar o que estão aprendendo para a comunidade. É um programa completo, que ensina a resolver problemas”, explica Mol.
Na FLL, os robôs são feitos de peças de LEGO e os alunos, que têm entre 9 e 16 anos, formam equipes de 2 a 10 integrantes. Na FTC, os times têm até 15 estudantes de ensino médio, que constroem robôs de porte médio, até 19 kg. Já, na FRC, os robôs chegam a 2 metros de altura e 56 kg, e não há máximo de competidores, que também são do ensino médio.