As 12 araras-azuis-de-lear e 17 micos-leões-dourados estavam em um veleiro de bandeira brasileira, na cidade de Lomé, capital do Togo, na África. Os quatro tripulantes da embarcação, que tinha como destino a cidade de Benim, na Nigéria, foram presos logo após o veleiro apresentar problemas na costa africana e ser abordado por policiais locais.
O processo de repatriação mobilizou uma força-tarefa envolvendo as autoridades togolesas, Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com nota da Polícia Federal, os presos são um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês. A abordagem ocorreu no dia 12 de fevereiro, com a prisão em flagrante pela posse de espécies protegidas por estarem em perigo de extinção.
As duas espécies não podem ser comercializadas, conforme previsto pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual os dois países são signatários.
Os animais foram transportados para a Embaixada do Brasil em Lomé. Lá, eles receberam cuidados de veterinários do Ibama enviados à África com o objetivo de assegurar a sobrevivência de todos.
De acordo com os profissionais que trabalharam na reabilitação, os micos-leões estavam desnutridos, com sinais de intoxicação por óleo de motor e as araras aparentavam estresse.
Após o trabalho de recuperação, novos esforços com a participação dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) trouxeram os animais ao Brasil no dia 24 de fevereiro.
As araras foram encaminhadas nesta terça-feira, 27, para a Estação Quarentenária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Cananéia (SP), onde o Ibama avaliará a necessidade de marcação das aves com anilhas. Os micos cumprirão quarentena em um centro de recuperação de animais e deverão ser identificados por microchips.
O trabalho conjunto, que deu início às investigações sobre o tráfico de animais, recebeu o nome de Akpé, que significa “obrigado”, na língua Jeje falada no Togo, em agradecimento aos esforços da polícia local.
Divulgação: PF