“No Brasil, temos um compromisso com a sustentabilidade, que vai além das questões ambientais, sociais e econômicas. Ele é também ético, porque somente o compromisso com a sustentabilidade do planeta será capaz de garantir condições de vida de qualidade para as gerações atuais e futuras”.
A afirmação do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, traduziu o compromisso de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, representado por ele, nesta segunda-feira (10), no lançamento do Sustainable Business COP 30, aliança global empresarial, liderada pelo setor produtivo brasileiro. Trata-se de um movimento que busca engajar empresários e entidades dos diversos segmentos econômicos no cumprimento dos acordos firmados nas Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
Com foco na 30ª edição da Conferência das Partes (COP 30), a ser realizada em Belém em novembro deste ano, Márcio Elias Rosa destacou ainda que o Brasil está preparado para liderar a pauta da sustentabilidade ambiental associada ao desenvolvimento socioeconômico. “Nosso país retomou a sua política industrial, que, com a NIB (Nova Indústria Brasil), tem entre seus objetivos tornar a nossa indústria mais sustentável, além de competitiva e exportadora,” disse o secretário após destacar “o momento favorável vivido pelo país, em vista do crescimento do PIB a 3,4% no último ano; a nossa consolidação com o quarto maior crescimento considerando os países do G20; e a atual fase de pleno emprego com os melhores índices da última década”.
Segundo o secretário executivo, o mundo precisa que a liderança da pauta da sustentabilidade ambiental, social e econômica seja do Brasil, porque, além de contar com fontes de energia renováveis em abundância, ter um parque industrial bem consolidado para a produção de biocombustível e biomassa, o país conta com a possibilidade concreta de produzir bens e serviços emitindo menos gases poluentes. “Um carro elétrico é produzido aqui com menos 40% de emissão do que em outras regiões do mundo. Os nossos polímeros emitem 50% menos carbono do que em outros territórios. Não objetivo ficar comparando, porque isso não é uma disputa e o ideal é que todo mundo vença. Temos que mostrar para o mundo que existe a possibilidade concreta de se desenvolver”, finalizou.
No evento, o secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg, destacou o avanço do Brasil no processo regulatório para temas da economia verde. Ele citou as regulamentações do mercado de carbono, do hidrogênio, do combustível do futuro, da política de bio-insumos e das eólicas offshore. “Isso tudo abre oportunidades e dá segurança jurídica para empreendimentos nessas áreas. Além disso, com a definição de uma política industrial, que tem como uma das missões a bioeconomia, a descarbonização e a transição energética, o governo articula todos os instrumentos de política pública para promover uma nova economia. Com a Nova Indústria Brasil, garantimos foco, metas e resultados para o desenvolvimento do país”, disse.
Sustainable Business COP30
Liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sustainable Business COP30 objetiva construir um grupo de representatividade empresarial internacional para levar contribuições do setor privado às negociações da COP, conferência anual das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, organizada sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC). Elaborar recomendações aos líderes governamentais para as negociações da COP30; formalizar compromissos do setor privado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e desenvolver iniciativas voltadas à ação para avançar em uma agenda climática positiva estão entre as suas metas.
Na abertura, o presidente da CNI, Ricardo Alban, garantiu que o setor produtivo do Brasil está comprometido com a sustentabilidade. “Nosso objetivo é o de complementariedade. Queremos mostrar o que o setor produtivo brasileiro está fazendo, de maneira formal e estruturada, para mostrar um Brasil diferente e um setor empresarial com excelentes casos de sucesso”, declarou.
Suas palavras foram bem recebidas pelos participantes do evento, inclusive pelo presidente da COP 30, o embaixador André Correa do Lago, que se manifestou: “O setor privado é quem vai executar a maior parte das decisões que os governos estão tomando. Portanto, essa será a ocasião única para o Brasil mostrar ao mundo muitos de seus exemplos e casos de sucesso no combate às mudanças do clima nos mais diversos setores.”
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