A gigante do comércio eletrônico, Amazon, firmou um contrato de R$90 milhões com a startup Belterra para gerar créditos de carbono por meio da restauração da floresta Amazônica, enquanto beneficia pequenos agricultores na região. O investimento inicial pode ser ampliado com o sucesso do projeto ao longo dos próximos anos.
O projeto, denominado “Amazonas 2030”, busca implementar sistemas agroflorestais em pequenas propriedades rurais familiares. A Belterra, especializada em restauração de biomas, focará em consórcios de espécies para aumentar a produtividade e preservar a qualidade do solo, contribuindo para a redução da pressão sobre a expansão agrícola.
Nos primeiros três anos, a parceria visa restaurar 3 mil hectares de floresta, iniciando com 30 famílias no Estado do Pará. A Amazon também tem a opção de adquirir uma pequena participação acionária na Belterra nos próximos anos.
O modelo da Belterra busca não apenas a restauração da vegetação nativa, mas a integração de lavouras sustentáveis à floresta, gerando receitas tanto pela venda de produtos como pelos créditos de carbono. A expectativa é gerar cerca de 750 mil toneladas de créditos de carbono em 30 anos, contribuindo para a compensação das emissões da Amazon.
O projeto adota um novo padrão rigoroso para créditos de remoção florestal de carbono, chamado Abacus, desenvolvido com a participação da Amazon. Além do Brasil, a Amazon estendeu iniciativas semelhantes ao Peru, com a Viridis Terra.
Para a pesquisadora de bioeconomia do Instituto Inspire Amazônia, Olinda Canhoto, esse tipo de iniciativa tem um alto impacto na preservação de áreas florestais, proporcionando benefícios ambientais e diretos aos proprietários de terras por meio da monetização dos créditos de carbono e incentivo à produção agrícola sustentável. “Este tipo de projetos representa uma fonte de riqueza para os pequenos produtos através da monetização dos créditos de carbono, e também incentiva o aumento de recursos provenientes da produção agrícola sustentável”, concluiu a Olinda.