A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) capacitou mais de 160 pessoas, entre produtores e estudantes, sobre temas voltados à defesa vegetal e animal, manipulação de agrotóxicos e inspeção de produtos de origem animal, durante a sua participação na 8ª edição da Feira de Agronegócios da Nilton Lins. O evento, considerado um dos principais do setor primário no Amazonas.
Ao longo dos três dias de capacitação promovidos pela Adaf, estudantes, produtores rurais e a população em geral puderam conhecer de forma mais aprofundada temas relacionados à prevenção das pragas quarentenárias monilíase do cacaueiro e cupuaçuzeiro; mosca-da-carambola e raça 4 tropical da fusariose da bananeira; boas práticas na manipulação de agrotóxicos; regularização do produtor junto à Adaf; doenças dos animais como influenza aviária e raiva dos herbívoros; procedimentos para a regularização de agroindústrias e a importância do combate à clandestinidade.
Das três pragas quarentenárias abordadas, a monilíase, que foi apresentada ao público pelo engenheiro agrônomo da Adaf Acássio Eugênio, é a única já presente no Amazonas, na região do Alto Solimões, e tem como prejuízos principais a perda na produção de frutos, na renda dos agricultores e redução da oferta de cupuaçu e cacau no mercado. Já a mosca-da-carambola, praga ausente no Estado e que afeta a exportação de frutos brasileiros, visto que ataca mais de 30 espécies, como manga, pimenta-de-cheiro, goiaba, entre outras, foi explicada ao público pelo engenheiro agrônomo da autarquia Wellington Soares.
A FOC R4T, considerada a praga mais destrutiva das bananeiras e uma das dez pragas mais importantes na história da agricultura, trata-se de um fungo de solo de rápida disseminação e alta agressividade.
O fiscal agropecuário engenheiro agrônomo da Adaf, Michaell Santos, comandou a última palestra do primeiro dia de capacitação promovido pela Agência de Defesa. De forma didática, ele esclareceu as dúvidas dos presentes sobre as boas práticas na manipulação de agrotóxicos. O monitoramento de receituário, a legislação vigente, o cadastro de produtos e estabelecimentos e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) estiveram entre os destaques da palestra.
No Amazonas, a Adaf, por meio da Gerência de Fiscalização de Agrotóxicos (GFA), é o órgão responsável por fiscalizar o uso e comércio de agrotóxicos, seus componentes e afins.
Ao longo do segundo dia de capacitação, a técnica de fiscalização agropecuária da Adaf Adriele Ferreira expôs o passo a passo para a regularização do produtor junto à Adaf. Ferreira explicou como atua a autarquia, como é feito o cadastro de propriedades, a importância da Guia de Trânsito Animal (GTA) e a vistoria de propriedades, entre outros detalhes. Em seguida, o técnico fiscal agropecuário Antônio Edson Soares falou sobre a influenza aviária para uma plateia numerosa. Os registros de focos em aves silvestres e de subsistência e quando embargos precisam ser realizados estiveram entre as informações repassadas pelo servidor.
A última palestra do dia foi comandada pela médica veterinária da Adaf Nathália Oliveira. Com grande adesão do público, a servidora falou sobre como diferenciar os tipos de morcegos na abordagem da raiva dos herbívoros. A Adaf desenvolve um trabalho de acompanhamento, que inclui captura de morcegos hematófagos, para evitar a raiva em animais de produção. Os morcegos hematófagos podem causar anemia e transmitir raiva, uma das principais causas de mortalidade de herbívoros no Brasil, especialmente os bovinos.
Na sexta-feira, último dia de capacitação, os médicos veterinários da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa) Jackson Júnior e Leonardo Assis abordaram o passo a passo para a regularização de agroindústrias junto ao Serviço de Inspeção Estadual (SIE-AM), e a importância da fiscalização no combate à clandestinidade.
Encerrado o ciclo de palestras, a Adaf segue presente até o último dia da Feira de Agronegócios da Nilton Lins, por meio do seu estande e do controle da movimentação de animais.
FOTOS: Divulgação/Adaf
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