O município de Itacoatiara será um dos representantes do Amazonas no Festival SESI de Educação nos dias 12 a 15 no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) em Brasília (DF) com a equipe Apoema, da Escola SESI Abrahão Sabbá. Os estudantes vão concorrer a vaga no campeonato mundial de robótica na categoria F1 In Schools, em um dos maiores torneios de robótica educacional do país, que vai reunir 270 equipes de 25 estados brasileiros. Com o projeto “Manas empreendedoras”, os alunos terão a oportunidade de desenvolver habilidades em ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM), e defender um trabalho que busca transformar vidas por meio da inovação, da educação e do empreendedorismo.
Realidade exige mudança
De acordo com o professor e técnico da equipe Apoema, Eric Melo, “Manas Empreendedoras” surgiu de uma pesquisa de campo realizada no município, que identificou dificuldades estruturais e sociais importantes na vida da população, especialmente das mulheres empreendedoras e dos jovens em situação de vulnerabilidade.
Os dados levantados evidenciam que 67% das mulheres empreendedoras do enfrentam desafios na formalização de seus negócios; 58% dessas mulheres não possuem acesso a capacitação na área de gestão financeira e marketing digital; 73% das jovens entrevistadas demonstram interesse em tecnologia e inovação, mas apenas 21% tiveram contato com atividades práticas nessa área.
“Percebemos que, além do acesso limitado à tecnologia, muitas mulheres que buscam empreender enfrentam dificuldades para estruturar seus negócios. Criamos um projeto que une tecnologia, capacitação e impacto social real”, destacou o professor.
“Manas Empreendedoras”
Com base nos desafios identificados, a equipe estruturou o projeto “Manas Empreendedoras”, uma iniciativa que busca capacitar mulheres por meio de oficinas e mentorias voltadas para gestão financeira e planejamento de negócios; marketing digital e vendas online; e uso de ferramentas tecnológicas para alavancar negócios.
O projeto foi desenvolvido em parceria com instituições locais e já beneficiou 30 mulheres, auxiliando na formalização de pequenos negócios e no aumento da visibilidade digital de seus produtos e serviços.
“Muitas mulheres da nossa cidade vivem do empreendedorismo, mas não têm conhecimento sobre ferramentas que podem fazer seus negócios crescerem. Mostrar a elas que é possível usar tecnologia para vender mais e alcançar novos clientes foi transformador”, disse a professora e técnica, Dayane Trindade.
A Apoema ainda promoveu ações voltadas para jovens, incentivando a participação em oficinas de robótica, programação e design, para que mais estudantes possam ingressar em carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM).
Metodologia aplicada
Para garantir que o projeto fosse eficiente e acessível, a equipe Apoema seguiu metodologia estruturada em quatro etapas principais: levantamento de dados, com pesquisa para entender os desafios enfrentados por mulheres empreendedoras e jovens interessados em tecnologia; planejamento das ações, por meio de oficinas e mentorias adaptadas às necessidades da comunidade; execução do projeto, mediante as capacitações e oficinas com suporte técnico e prático; e acompanhamento e mensuração de impacto, por meio de monitoramento dos resultados e desenvolvimento de materiais educativos para garantir que o aprendizado continue além das oficinas.
“Minha expectativa é melhorar, dar um salto na minha vida e levar esse conhecimento para outras mulheres. Muitas não sabem por onde começar ou não têm sustento. Quando a gente aprende já pode abrir um pequeno negócio e incentivar outras colegas. É uma oportunidade para transformar vidas, principalmente para aquelas que sofreram violência e agora têm a chance de recomeçar”, disse a diarista Barbara Borges, uma das participantes do projeto. Borges.
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