O Polo Industrial de Manaus (PIM) deve fechar o ano com faturamento recorde de R$ 202,6 bilhões em 2024, crescimento de 15,3% sobre 2023, após registrar altas acumuladas em setembro, de R$ 151 bilhões e, em outubro, quando somou nos 10 meses do ano R$ 170 bilhões. Em dólar, o faturamento deverá atingir cerca de US$ 37,715 bilhões, com aumento de 6,98%. Já o emprego deve superar os 123 mil postos de média mensal. O balanço é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, ao destacar os avanços do setor produtivo local.
“Em 2024, o Amazonas e a Zona Franca de Manaus (ZFM) registraram bom desempenho econômico, em que pese todos os problemas de intempéries climáticas que, de uma forma ou outra, prejudicaram nosso crescimento, mesmo com as medidas preventivas para evitar o colapso no abastecimento”, disse o dirigente, ao se referir, por exemplo, às ações de dragagem e de um terminal portuário de cargas temporário instalado em Itacoatiara, entre outras medidas.
“A cada fim de ano fazemos reflexões sobre as dificuldades enfrentadas e os desafios vencidos e neste ano tentaremos fazer uma rápida retrospectiva. Entre os principais problemas enfrentados, a nova vazante recorde nos atingiu e do lado positivo, o bom desempenho do PIM e a aprovação da reforma tributária preservando as garantias do modelo Zona Franca e da economia do Estado”, pontuou o presidente da entidade.
O dirigente citou, ainda, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, que no segundo trimestre deste ano cresceu nominalmente 6,40% e, se comparado ao primeiro e descontada a inflação, teve crescimento real de 5,29%. Antonio Silva avaliou ainda que, comparando com o mesmo período de 2023, o crescimento nominal foi de 7,79% e o real de 3,42%, que deverá ficar acima do resultado nacional do volume de riquezas geradas em todos os setores da atividade econômica do Amazonas.
Sobre o volume do emprego, o presidente da FIEAM também destacou o avanço nas contratações. “Acreditamos que o PIM apresente crescimento de 7,77% da mão de obra em 2024, em comparação com 2023, atingindo 123.549 empregos de média mensal.
Já as exportações deverão apresentar desempenho positivo, crescendo 29,41%, calculado em real, equivalente a R$ 3,522 bilhões, e 19,93%, calculado em dólar, projetou Silva.
Sobre a conjuntura nacional, o dirigente apontou que o Ministério da Fazenda aumentou a previsão de crescimento do PIB brasileiro de 3,2% para 3,3% em 2024, baseando-se na alta de 0,9% no terceiro trimestre.
Antonio Silva destacou, ainda, que neste ano a atuação do Brasil na presidência do G20, que reúne os países de maior economia do mundo, ao se tornar líder nas discussões climáticas e priorizando o tema da sustentabilidade.
“O Brasil teve neste ano avanços em setores como inteligência artificial, tecnologia para simplificar processos contábeis e bancários, 5G e Internet das Coisas, desenvolvendo consideravelmente essas tecnologias de ponta. Também teve progressos na mobilidade sustentável e práticas comerciais mais ecológicas”, avaliou.
Para o dirigente, a situação atual do país enfrenta adversidades, ao mencionar as incertezas de efetividade do pacote fiscal, que gerou tensão no mercado e pressionou a escalada dos juros e do câmbio.
“O Banco Central sinaliza que em 2025 teremos uma taxa básica de juros na casa dos 14%, o que em muito afetará o setor produtivo pela alta dos encargos para o financiamento da expansão da produção e dos investimentos como um todo”, avalia Antonio Silva.
“Continuaremos insistindo na priorização das soluções que nos livrem dos gargalos da infraestrutura logística no nosso estado. Estaremos sempre dispostos a discutir as melhores alternativas, que viabilizem a formação de parcerias para diminuir os gargalos logísticos de transporte no Amazonas”, concluiu.
Leia também: Embratur prevê verão com recordes no turismo internacional