Com objetivo de valorizar a economia indígena, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) realizou um mapeamento das organizações, grupos e coletivos formais e informais liderados por mulheres indígenas na Amazônia brasileira. O levantamento também busca identificar potenciais atividades que possam ser alvos de investimentos prioritários em bioeconomia.
Segundo dados, até dezembro de 2023, 118 organizações/grupos situados nos nove estados da Amazônia foram mapeados. O Amazonas lidera o ranking (79), seguido pelo Mato Grosso (10), Acre (9); Tocantins (6); Maranhão (4), Pará (4); Amapá (2), Roraima (2) e Rondônia (2).
A construção do mapeamento é dinâmica e contínua para retratar a dimensão da força e protagonismo das organizações indígenas participantes do projeto “Parentas que Fazem” a partir dos conhecimentos tradicionais dos povos originários da Amazônia. A construção desse levantamento teve o apoio da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira – UMIAB. O mapeamento completo pode ser acessado no link.
O levantamento é um dos componentes do projeto “Parentas que Fazem” da FAS, que tem apoio do Google.org, instituição filantrópica do Google e parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Foram mapeadas dez atividades econômicas; são elas: Artesanato (teçume, tear, cerâmica, miçangas, biojoias); Atividades Agrícolas (roças, horticultura, agricultura e plantas medicinais); Apicultura, Extrativismo (óleos e castanhas); Moda Indígena (grafismo e atividades culturais); Manejo (tucum, tracajá e peixe); Costura (roupas e absorventes); Artes (musical e turismo); Culinária (frutas desidratadas e chocolates); e embalagens biodegradáveis.
De acordo com a supervisora da Agenda Indígena da FAS, Rosa dos Anjos, o mapeamento passou por quatro etapas: a primeira foi coletar dados secundários em materiais e publicações; a segunda foi coleta direta com organizações indígenas por estado da Amazônia brasileira; a terceira e quarta foram o agrupamento e consolidação das informações.
“Nossa proposta é fortalecer as “parentas”para que os trabalhos liderados por elas possam alcançar novos patamares com chances de maior visibilidade. Entendemos que com o mapeamento, empresas e instituições que desejam investir e apoiar as organizações de mulheres indígenas na Amazônia terão facilidade em saber onde cada uma está localizada e quais trabalhos realizam. A intenção é ter esse mapa como referência, por isso ele estará em contínua atualização”, afirma Rosa dos Anjos.
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