O sonho de construção do Centro de Treinamento ganhou repercussão nacional neste domingo (18), quando a FAS, junto dos arqueiros indígenas e irmãos, Graziela e Gustavo Santos, participaram do quadro The Wall, do programa Domingão com Huck. Na dinâmica do programa, a equipe garantiu R$ 82.906 de apoio financeiro para o projeto. O investimento total necessário para o Centro de Treinamento é R$ 400 mil, incluindo infraestrutura, participação de atletas em campeonatos, gestão da iniciativa projeto, entre outros.
“O mais importante é o destino deste dinheiro, que está indo para a Fundação Amazônia Sustentável, que merece todo o apoio da sociedade civil, dos governos, pois é um trabalho muito sério realizado na Amazônia como um todo”, comentou o apresentador Luciano Huck durante o programa.
A iniciativa faz parte do projeto de Arquearia Indígena da FAS, que existe há 10 anos e treina jovens em comunidades e Terras Indígenas (TIs) da região no arco e flecha como uma modalidade esportiva. Deste modo, além de praticarem um esporte, os jovens indígenas se reconectam e se aprofundam em uma tradição cultural ancestral, gerando o sentimento de autoestima e orgulho por suas raízes, explica a supervisora da Agenda Indígena da FAS, Rosa dos Anjos, que também esteve no programa do Huck, junto com a Superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcléia Solidade.
“A construção do Centro de Treinamento vai oportunizar que os atletas indígenas treinem e se desenvolvam dentro da própria comunidade, perto de suas famílias, sem que precisem se deslocar para a capital. Esta é uma demanda dos próprios atletas e a FAS se mobiliza para tornar esse sonho realidade. É importante para nós darmos voz e ouvirmos as necessidades dos povos da floresta, só assim conseguiremos cumprir nossa missão, que é cuidar da Amazônia”, afirma Rosa.
Em uma década, a Arquearia Indígena já apoiou 37 atletas, que participaram de 21 competições e ganharam 53 medalhas, sendo 34 nacionais e 19 internacionais. Do total, 20 foram medalhas de ouro, 17 de prata e 16 de bronze. O projeto conta com a parceria da Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco). Entre os atletas apoiados pelo projeto, estão Graziela Santos, da etnia Karapanã, que entrou para a história como a primeira indígena a representar o Brasil no Tiro com Arco em um Pan-Americano. Atualmente, ela faz parte da Confederação Brasileira de Tiro com Arco e luta por uma vaga nas Olimpíadas deste ano. O irmão dela, Gustavo, também acumula medalhas em torneios da categoria.
Ao final do programa, Vacléia Solidade fez um chamamento público em prol da Amazônia. “A gente tem que olhar para trás e falar o que nos move e o que me move é dizer assim: olhem para a Amazônia de forma diferenciada, porque nós merecemos e ainda somos muito invisibilizados”, enfatizou.