A região amazônica possui um imenso potencial no setor energético, tanto em termos de recursos renováveis quanto em termos de desenvolvimento sustentável. Com uma vasta extensão de florestas, rios e biodiversidade, a região apresenta oportunidades únicas para o aproveitamento de fontes de energia limpa e renovável.
No primeiro trimestre de 2023, o Brasil alcançou a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Mais de 90% da energia gerada e utilizada pela sociedade foi proveniente de fontes renováveis, como hidráulica, eólica, biomassa e solar. Essa marca não era alcançada desde 2011. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou esse resultado e enfatizou as ações do ministério para impulsionar ainda mais a geração de energia limpa, com o objetivo de fazer do Brasil uma referência na transição energética global.
“Atualmente, mais de 85% da nossa matriz elétrica é composta por fontes renováveis. Os excelentes resultados obtidos nos primeiros três meses deste ano representam não apenas o aproveitamento eficiente das nossas hidrelétricas e dos nossos recursos naturais, mas também são fruto das políticas que estamos implementando para atrair investimentos e expandir o número de parques eólicos e usinas solares em todo o país. Além de garantir a segurança e a qualidade energética, nosso objetivo é garantir tarifas acessíveis. Vamos aproveitar nossas capacidades e posicionar o Brasil na vanguarda da geração de energia limpa”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
No mês de janeiro, as fontes renováveis de energia, incluindo hidráulica, eólica e solar, foram responsáveis por 91,2% do abastecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse patamar elevado se manteve nos meses seguintes, com fevereiro registrando 92,6% e março, até o dia 29, alcançando 92,4%. A participação da geração de energia proveniente de fontes renováveis não ultrapassava os 90% desde 2011.
Os dados sobre Energia Armazenada (EAR), que medem a capacidade de geração de eletricidade por meio da força das águas, revelam que em março de 2023, a região Sudeste/Centro-Oeste atingiu a marca de 82,6%, o melhor resultado para o mês desde 2011 (82,9%). Esse número representa um aumento de quase 20% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
A energia hidrelétrica é uma das principais fontes de energia na região amazônica. Com seus grandes rios, como o Amazonas, o Madeira e o Xingu, há um enorme potencial para a construção de usinas hidrelétricas de grande porte. Projetos como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, demonstram como a região pode contribuir significativamente para a matriz energética do país.
Além da energia hidrelétrica, a Amazônia possui um grande potencial para o desenvolvimento de outras fontes renováveis, como a energia solar e a energia eólica. Com uma abundância de luz solar e áreas amplas e desobstruídas, a região oferece condições ideais para a instalação de usinas solares. Da mesma forma, a presença de ventos constantes em determinadas áreas pode ser aproveitada para a geração de energia eólica.
Outro recurso energético promissor na região é o biogás. Com a grande quantidade de resíduos orgânicos provenientes de atividades agropecuárias e florestais, é possível investir em tecnologias de biodigestão para a produção de biogás, uma fonte limpa e renovável de energia. Essa abordagem permitiria o aproveitamento sustentável dos resíduos e reduziria as emissões de gases de efeito estufa.
Além do potencial de geração de energia, a região amazônica também oferece oportunidades no campo da energia sustentável descentralizada. Com muitas comunidades remotas e isoladas, o acesso à energia elétrica ainda é um desafio em algumas áreas. Nesse sentido, a implementação de sistemas de energia renovável de pequena escala, como a energia solar e a energia eólica, pode fornecer eletricidade limpa e confiável a essas comunidades, promovendo seu desenvolvimento socioeconômico.
É importante ressaltar que o desenvolvimento do setor energético na região amazônica deve ser conduzido de forma sustentável e em harmonia com a preservação do meio ambiente e a proteção da biodiversidade. É necessário considerar os impactos ambientais e sociais, envolvendo as comunidades locais, respeitando seus modos de vida tradicionais e garantindo que os benefícios sejam compartilhados de maneira justa e equitativa.
A região amazônica tem um imenso potencial no setor energético, tanto para suprir suas próprias demandas como para contribuir com a matriz energética do país. Com o aproveitamento adequado de fontes renováveis, é possível impulsionar o desenvolvimento sustentável, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e garantir um futuro energético mais limpo e sustentável para toda a região e para o país como um todo.
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