A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, têm uma reunião agendada para esta terça-feira (23) em Brasília, juntamente com representantes da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia.Marina Silva representantes Ibama
O objetivo do encontro é discutir as negociações interrompidas relacionadas à pesquisa de viabilidade da exploração de petróleo no litoral do Amapá, na região da foz do Rio Amazonas, pela Petrobras. O Ibama negou a concessão da licença ambiental para o projeto, citando preocupações com o risco à fauna local e às populações indígenas (veja detalhes abaixo).
A reunião está programada para ocorrer na Casa Civil da Presidência da República, situada no Palácio do Planalto. Até o início da manhã, o compromisso não constava nas agendas dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Na segunda-feira (22), ao deixar o Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou pela primeira vez sobre o assunto. Ele afirmou que o governo não concederá a licença ambiental à Petrobras se isso representar problemas para a região, mas expressou a opinião de que seria “difícil” ocorrer esse tipo de dano ambiental.
“Se a exploração desse petróleo trouxer problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, pois está a 530 km de distância da Amazônia. No entanto, só poderei ter certeza quando eu retornar ao Brasil”, declarou Lula.
O presidente chegou a Brasília já na madrugada de segunda para terça. A agenda oficial não prevê compromissos ao longo do dia.
Negativa da pesquisa Nas últimas semanas, o Ibama negou a autorização para a Petrobras perfurar um poço de petróleo no litoral do Amapá, área considerada a foz do Rio Amazonas. A estatal aguardava essa aprovação para realizar uma perfuração de teste a cerca de 175 quilômetros da costa.
Um parecer contrário à perfuração já havia sido divulgado pela equipe técnica do Ibama. Agora, o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, acompanhou esse parecer.
O documento técnico apontou que o plano da Petrobras para a área não apresenta garantias suficientes para proteger a fauna em possíveis derramamentos de óleo. Além disso, destacou a falta de informações sobre os impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque.
Julia: ‘Crise entre Ibama e Petrobras lembra governo Lula 2’ A decisão do Ibama gerou conflitos entre membros do governo e parlamentares da região amazônica.
A exploração de petróleo na região poderia trazer emprego e renda para os estados, assim como já ocorre em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Mesmo dentro do governo, defensores do projeto afirmam que o pedido de perfuração negado pelos órgãos ambientais se tratava apenas de uma fase de prospecção.
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